No post anterior
E a Inteligência Artificial voltou à moda.... abordamos um
pouco sobre a definição básica da I.A. e sua crescente importância
no atual contexto de negócios, principalmente porque não temos mais
capacidade de trabalhar com a imensidão de dados nos quais estamos
mergulhados.
O problema é que hoje a quantidade
e a complexidade dos dados científicos ultrapassaram os limites da
capacidade humana para entendê-los e até mesmo para
observá-los. Estamos verdadeiramente obesos de informação e
cada vez mais famintos de conhecimento, pois não temos capacidade
de processar e entender todos os dados que são gerados pelos
sistemas. Daí tecnologias como
Big Data e a procura de profissionais com habilidades de
explorarem suas potencialidades estarem cada vez mais em voga, bem
como já observamos o
desenvolvimento de programas educacionais neste sentido.
"É preciso admitir que a
maior parte dos dados levantados hoje pela ciência jamais serão
vistos por olhos humanos. É simplesmente impossível" disse
Djorgovski.
Ele explica que as ferramentas, os
dados e até os métodos utilizados pela ciência migraram para o
mundo virtual e agora só podem ser trabalhados nele.
"Com isso, a web tem potencial para
transformar todos os níveis da educação.
É uma verdadeira arma de instrução em massa", ressaltou fazendo
um trocadilho com o termo militar.
"Ferramentas de pesquisa de última
geração podem ser utilizadas por qualquer pessoa do mundo com
acesso banda larga à internet", afirmou Djorgovski. Como exemplo, o
pesquisador falou que países que não possuem telescópios de grande
porte podem analisar e ainda fazer descobertas com imagens feitas
pelos melhores e mais potentes equipamentos disponíveis no mundo.
Falando nisso, veja que é possível pesquisar imagens no Google a partir
de imagens que você tem no seu próprio computador. Se você
ainda não experimentou, creio que vale a pena ver quantas coisas
novas que podem ser descobertas em um clique.
No entanto, trabalhar a educação
também envolve o processamento de grande quantidade de informações.
Essa montanha de dados a ser explorada levou o pesquisador a
questionar a utilidade de uma informação que não pode ser
analisada.
Nesse sentido, Djorgovski considera
tão importante quanto a coleta de dados, os processos subsequentes
que vão selecionar o que for considerado relevante e lhes dar
sentido.
São os trabalhos de armazenamento,
mineração e interpretação de dados, etapas que também estão ficando
cada vez mais a cargo das máquinas.
Além da quantidade, também a
complexidade das informações está ultrapassando a capacidade humana
de entendimento. "Podemos imaginar um modelo de uma, duas ou três
dimensões. Mas um universo formado por 100 dimensões é impossível.
Você poderá entender matematicamente a sua formação, mas jamais
conseguirá imaginá-lo", desafiou o astrônomo.
Para Djorgovski, um dos grandes
problemas da ciência atual consiste em lidar com uma complexidade
crescente de informações. Como solução, o pesquisador aposta no
desenvolvimento de novos sistemas de I. A.
"As novas gerações de I. A. estão
evoluindo de maneira mais madura. Elas não emulam a inteligência
humana, como faziam as primeiras versões. Com isso conseguem
trabalhar dados mais complexos", disse.
A chave para essas soluções,
segundo o astrônomo, é a ciência da computação.
"Ela representa para o século 21 o que a matemática foi
para as ciências dos séculos 17, 18 e 19", disse afirmando
que a disciplina é ao mesmo tempo a "cola" e o "lubrificante" das
ciências atuais.
Podemos notar esta importância em
várias áreas, mas na área de Saúde especificamente tem alcançado
resultados significantes. Estudos desenvolvidos por cientistas da
Carnegie Mellon
University e da
University of Pittsburgh estão trabalhando com I.A. para traçar
planos de tratamento de saúde mais eficientes, focados não somente
no tratamento específico de doenças, mas em tratamentos especiais
adequados aos tipos de pacientes.
O objetivo do projeto é criar caminhos através do desenvolvimento
de registros eletrônicos, utilização de diagnósticos por
imagens, de perfis ergonômicos, de registros de seguro de saúde e
de dados obtidos com o apoio de aparelhos vestíveis.
De acordo com o professor da
Carnegie Mellon, Eric
Xing, "A ideia nasceu a partir da frustração do sistema atual
de saúde, ele não tem se revelado inteligente". A proposta do
projeto é utilizar Big Data para criar tratamentos especializados,
evitando epidemias e encontrando curas para doenças letais.
Aliando I.A. com Big
data, a intenção é armazenar dados no sistema e contar com
a ajuda de uma máquina de aprendizado e I.A., que não somente irá
armazenar os dados, mas também irá interpretar os resultados,
contribuindo para a descoberta de soluções.
Como os perfis comportamentais de
cada pessoa podem variar, mesmo que ambas possuam determinada
doença, a proposta é avaliar a reação das pessoas aos sintomas e à
patologia específica e desta forma determinar um padrão de
tratamento mais eficaz, tendo como base que pessoas com hábitos
mais saudáveis tendem a se comportar a um tratamento de forma
diferente como pessoas com hábitos mais sedentários.
O objetivo final é que um software
de I.A. trabalhe com maior rapidez que um cérebro humano,
propiciando a descoberta de soluções a partir da descoberta de
padrões e semelhanças, sugerindo aos médicos e cientistas
informações mais precisas que contribuam para melhorar os
tratamentos. O projeto, , que irá receber contribuições em
forma de doações com valores entre US$ 10 e US$ 20 milhões/ano,
está sendo desenvolvido em parceria com o Centro Médico da
Universidade de Pittsburgh, o Pittsburgh Health Data
Alliance.
Além do software, também
estão nos planos do projeto, desenvolver ferramentas com diferentes
protótipos de produtos com modelos como aplicativos para celulares,
máquina e ferramentas de aprendizado, todos aliados ao sistema de
I.A.
Se por um lado a I.A. está ajudando
em muitas áreas, por outro temos uma
grande parte da população que não mais desenvolve a capacidade
de questionar e raciocinar de forma mais ampla, pois nestes tempos
de Web e mídia de massa tudo fica reduzido a pequenos artigos e
notícias e a grande maioria não vai além da "página 3" nos assuntos
de forma geral. Assim a maioria das pessoas tem opinião formada
sobre quase tudo, mas não sabem quase nada, pois não vão a fundo às
análises de conclusões que lhes são sugeridas pelas mídias. Para
estes, a I.A. surge realmente como uma ameaça, não?
Assim a maioria fica com a ilusão
do Conhecimento, mas como citamos acima, a quantidade enorme de
dados esta transformando uma realidade tida como "estática" em cada
vez mais dinâmica, nos levando para o cenário que está em "
O livro de Areia" de Borges.
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