A ciência da computação é um dos campos científicos que mais vem
mudando a vida das pessoas. Isso se deve a grande quantidade de
computadores existentes e utilizados nos dias atuais, além das cada
vez maiores qualidade e difusão de conexões à internet por meios
wireless (isto é, redes sem fio). Nesse sentido, se destacam os
programas que estão inseridos no conceito de computação em nuvem
(ou, em inglês, Cloud Computing).
O conceito de computação em nuvem refere-se à utilização da
memória e das capacidades de armazenamento e cálculo de
computadores eservidores compartilhados e interligados por meio da
internet. Ou seja, armazenamento de dados é feito em serviços que
poderão ser acessados de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora,
não havendo necessidade de instalação de programas ou de armazenar
dados. O acesso a programas, serviços e arquivos é remoto, através
da internet - daí a alusão à nuvem. O uso desse modelo (ambiente) é
mais viável do que o uso de unidades físicas, tendo em vista que a
partir de qualquer computador e em qualquer lugar, pode-se ter
acesso a informações, arquivos e programas num sistema único,
independente de plataforma. Dentro deste conceito, destacam-se três
programas: o SkyDrive (da Microsoft), O Google Drive e o
Dropbox.
Na última quarta-feira, o Instituto de Matemática e Estatística da
Universidade de São Paulo (IME-USP) recebeu Dan Wheeler, um dos
engenheiros desenvolvedores do Dropbox, que ministrou a palestra "A
Visão de Dentro do Dropbox: Como ele Evoluiu e Qual o Próximo
Passo". Durante o evento, Wheeler explicou um pouco da história da
criação do programa e quais seriam as perspectivas da empresa
levando em consideração a própria evolução.
"A ideia do Dropbox surgiu quando por acaso um dos seus futuros
criadores (Drew Houston) esqueceu seu dispositivo de armazenamento
em flash, quando viajava num ônibus", disse o palestrante.
Frustrado com a perda e saturado de ter que ficar abrindo seu
e-mail a todo instante para anexar arquivos e poder acessá-los
remotamente mais tarde, Drew começou a escrever um código sem
nenhuma pretensão, que futuramente viria se chamar Dropbox. "Seu
trabalho inicial era apenas para resolver seu problema pessoal, só
depois, Houston viu que sua ideia tinha um bom potencial de
mercado", completou Wheeler.
O Dropbox se caracteriza por ser um serviço freemium (o cliente
tem a opção de usá-lo gratuitamente, mas pode pagar para obter
algumas funções extras ou melhorar as já existentes) cuja função,
segundo Nelson Lago, gerente técnico do Centro de Competência de
Softwares Livres (CCSL) do IME-USP, é "sincronizar arquivos em
diferentes plataformas e compartilhá-los entre elas". Nesse
sentido, a adesão do programa a plataformas móbile e API e a
evolução para múltiplos servidores (que permitem armazenar, o
histórico de arquivos e ampliar, assim, a memória do programa)
foram grandes passos para a internacionalização do programa.
"Essa é uma questão que nos preocupa: temos 100 milhões de
usuários, sendo 40% deles nos EUA. O 'segundo colocado' é o Reino
Unido, com 7%. Essa diferença é gritante", disse Dan Wheeler. Isto,
segundo ele, se deve também a uma diferença de desempenho do
programa fora dos EUA. "Está tudo, ainda, muito no começo e temos
muito a evoluir, mas as perspectivas são animadoras", completou o
palestrante.
Autor "Arthur Deantoni
Fonte:http://www.usp.br/aun/autor.php?autor=4428
Instituto de Matemática e Estatística - USP