A Psicologia Positiva ao contrário que possa parecer não é tão
somente uma área da psicologia, mas sim um movimento, uma abordagem
de psicologia relativamente recente. É um movimento da ciência psicológica que visa fazer com que
os psicólogos contemporâneos adotem "uma visão mais aberta e
apreciativa dos potenciais, das motivações e das capacidades
humanas", tendo como centro a valorização das qualidades, dos
potências e das motivações dos indivíduos, enaltecendo assim as
atitudes positivas.
Vários psicólogos humanistas tais como Abraham Maslow, Carl Rogers, Erich Fromm e Carl Jung, desenvolveram teorias e práticas
bem-sucedidas que envolvem a felicidade humana, a despeito da falta
de evidência empírica sólida ao tempo em que desenvolveram seus
trabalhos. Seus sucessores não deram sequência à obra, enfatizando
a fenomenologia e histórias de casos
individuais.A abordagem humanista, visava a felicidade humana,
porém, apesar das teorias e práticas desenvolvidas, não conseguiram
uma forte componente empírica, por consequência muitas dessas
teorias e práticas foram postas de lado.
Recentemente, as teorias de desenvolvimento humano desenvolvidas
pelos psicólogos humanistas encontraram suporte empírico em estudos
feitos por psicólogos positivos e humanistas, especialmente na área
da teoria autodeterminante.
Embora as pessoas venham discutindo a questão da felicidade humana pelo menos desde a Grécia Antiga, a psicologia tem sido
criticada por seu direcionamento preponderantemente voltado às
questões de psicopatologia ou doença mental, em vez da "sanidade"
mental. A Psicologia Positiva difere das abordagens tradicionais
quando elas focam-se na doença, no que está mal, remediando,
prevenindo a doença mental. Já a Psicologia Positiva foca-se na nas
qualidades, nas motivações, nas potencialidades dos indivíduos,
invés da doença.
Pesquisadores empíricos neste campo de estudo incluem
Donald Clifton, Albert Bandura, Martin Seligman, Armindo Freitas-Magalhães, Ed Diener, Mihaly
Csikszentmihalyi, C. R. Snyder,
Christopher Peterson, Shelley Taylor, Barbara
Fredrickson, Charles S. Carver, Michael F. Scheier e Jonathan Haidt.
Peterson e Seligman (2004) desenvolveram um sistema de
classificação para os aspectos positivos, enfatizando as forças e o
caráter denominado "Values in Action (VIA) - Classification of
Strengths and Virtues Manual" (Tradução livre: Valores em ação -
Manual de classificação de forças e virtudes). Nesse manual as
forças foram dividas em características emocionais, cognitivas,
relacionais e cívicas e em seis grupos de virtudes:
sabedoria, coragem, humanidade, justiça, temperamento e transcendência.
Alguns dos principais fatores correlacionados com felicidade
estudados foram :
Amigos íntimos e presentes (Myers 2000)
Fazer atividades voluntárias para desenvolvimento de si e de
outros (Larson 2000)
Estabelecer uma relação familiar de apoio e estímulo ao
desenvolvimento de habilidades (Winner 2000)
Relações saudáveis no ambiente de trabalho (Turner, Barling
& Zacharatos, 2002)
São identificados 3 importantes pilares na investigação desta
abordagem: experiência subjetiva; as forças e virtudes individuais;
as instituições e comunidades.
Na intervenção da abordagem da psicologia positiva, o psicólogo
foca-se nas qualidades e potencialidades do individuo, usando-as
como meio e impulsor, para superar as suas partes menos positivas.
Por este enfoque, um individuo é incapaz de ser feliz ou ser
bem-sucedido, devido a medos ou obstáculos. Enquanto na intervenção
da psicologia tradicional se focava no medo, explorando a sua
origem, as suas implicações, etc. Na abordagem da psicologia
positiva, são focadas as qualidades e potencialidades do individuo,
e estas são utilizadas meio para superar ou contornar o medo. Desta
forma dá-se destaque e procura-se ampliar e fortalecer as virtudes
em oposição a somente busca do foco do medo patológico.
O movimento emergente da psicologia positiva cresceu
exponencialmente desde o seu surgimento formal no início do
milénio. Tem tido como objetivo o estudo científico das emoções
positivas, do carácter positivo e das instituições positivas. Em
paralelo, as ciências sociais e humanas viram desenvolver e
cimentar-se práticas inovadoras oriundas de outros quadrantes
teóricos, como o Inquérito Apreciativo, suportado numa perspectiva
de construcionísmo social, e devotado à mudança positiva através de
intervenções sistêmicas e comunicacionais nas organizações. O valor
de uma abordagem positiva nas organizações e locais de trabalho tem
vindo a ser reconhecido, cada vez com mais vigor.
Caso você tenha interesse em mais detalhes de sua aplicabilidade
no contexto organizacional, notadamente ao fenômeno da Resiliência,
quando se refere o desenvolvimento saudável num ambiente hostil,
acesse o artigo "Revolução positiva: Psicologia positiva e práticas
apreciativas em contextos organizacionais". Este artigo apresenta
os modelos da Psicologia Positiva e do Inquérito Apreciativo, e
revê os seus recentes desenvolvimentos, bem como as práticas de
aplicação a que têm dado origem, explicitando as razões defendidas
pelos autores para a sua integração e complementaridade na
intervenção em organizações.
Termina apresentando um estudo de caso no contexto educativo,
destinado ao desenvolvimento organizacional positivo, e que
concretiza na prática a conexão entre os modelos analisados. O link
vai a seguir:
http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/147/1/COG%2013(1)%20(2007)%20115-136.pdf
A seguir uma dica de 4 livros que abordam o tema realização de
felicidade de uma forma prática e objetiva:
1. A
Vantagem da Felicidade: Os Sete Princípios de Psicologia
Positiva
Deseja ter menos estresse em sua vida profissional? Então você
precisa ler esse livro. O psicólogo Shawn Achor, da Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos, fala de uma maneira prática sobre como
você pode ser feliz e como a felicidade pode melhorar a sua vida
pessoal e profissional. Ele também indica alguns exercícios para
combater o estresse nas empresas. Em outras palavras, o livro
ensina como a pessoa pode encontrar a felicidade no seu
cotidiano.
2.
DRIVE - A surpreendente verdade sobre aquilo que nos motiva
Esse livro é baseado em uma pesquisa sobre motivação. De acordo
com Daniel H. Pink, autor da obra, o segredo dos bons desempenhos e
da satisfação no trabalho está relacionado com a necessidade humana
de criar algo novo, e também desenvolver ideias para melhorar o
mundo em que vivemos. A pesquisa mostra que o dinheiro só é
realmente motivador para um trabalho que não inspira paixão ou
pensamento profundo. Se você está precisando encontrar a sua
motivação, essa pode ser uma boa solução.
3.
O Poder do Hábito - Por que fazemos o que fazemos na vida e nos
negócios
O livro explica o funcionamento dos hábitos e como podemos
mudá-los para melhorar as nossas vidas. Isso é importante porque
com o tempo, a mudança de certos hábitos tem um enorme impacto na
saúde, na produtividade, na estabilidade financeira e na
felicidade.
4.
O Projeto Longevidade: descobertas surpreendentes para a saúde e
vida longa
Esse livro é baseado em uma pesquisa realizada em 1921. O
psicólogo norte-americano Lewis Termancomeçou a acompanhar o
cotidiano de 1500 crianças, observando seus hábitos e
comportamentos. A obra é importante porque comprova que muitas
coisas que acreditamos sobre a nossa saúde são apenas mitos. Você
pode aprender muitas coisas com obras como essa.
Finalmente, temos um
vídeo(legendado em portugues) der Martin
Seligman onde ele fala sobre psicologia positiva, dando
bastante ênfase como uma área de estudo aplicada. Dá detalhes
mostrando os limites e de como ela ultrapassa o foco prioritário em
doença e o que pode a psicologia positiva fazer por nós. A seguir o
mesmo vídeo (legendado em espanhol):
Fontes:
http://noticias.universia.com.br/tempo-livre/noticia/2013/04/04/1014857/4-livros-voce-precisa-ler-ser-uma-pessoa-melhor.html
http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/martin_seligman_on_the_state_of_psychology.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_positiva
Veja também:
FastSalas - Um ambiente de colaboração para divulgar espaços
comerciais