Ele transa bem? Leva você para comer bons queijos e
vinhos? É seu amigo? Então fica com ele. É o máximo que você
vai conseguir de um homem.
- Marília Gabi Gabriela
Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é
preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela
admiramos.
- Sócrates
Fonte: https://www.dicio.com.br/conseguir/ citando "
Pensador "
Como podemos ler acima, temos duas
utilizações diferentes do verbo conseguir, sendo
que na primeira o foco é tornar uma relação com outra pessoa tendo
como objeto a auto realização pura e simples, sem que não tenhamos
que mudar nosso comportamento ou se questionar a respeito. Na
segunda utilização já temos uma conotação mais profunda,
principalmente porque nos leva para uma auto reflexão, onde afirma
que se desejas algo, primeiro tu deves questionar-se e depois
aprimorar-te para obtê-lo.
Agora pergunto: Se a exposição das
frases acima estivesse invertida e a frase atribuída a Sócrates
estivesse primeiro, iria aumentar o número de leitores que
leriam o resto do texto e iriam até ao final com
profundidade?
A resposta logica é um estrondoso
"depende", pois se for um público mais sensível e maduro, talvez
até mais intelectual, o apelo de um nome como o do filósofo
Sócrates irá pesar muito mais do que uma apresentadora de
"talk-shows" no Brasil. Todavia sabemos que a imensa maioria das
pessoas esta mais focada nos próprios desejos imediatos de forma
até fisiológica do que em reflexões mais profundas e
relacionamentos mais duradouros. Parodiando Zygmunt Bauman:
"Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar". Caso deseje saber
mais sobre as ideias deste filósofo, acesse o link a seguir que
contém um vídeo de entrevista onde ele desenvolve em mais
profundidade sua opinião sobre o tema ->http://bit.ly/2eoeFn6
Assim, se desejamos atingir um
determinado público devemos fazer um planejamento da escrita,
contemplando a mensagem que se deseja passar de acordo com o
perfil, que julgamos que se busca atingir. Mas veja, é importante
frisar que é uma hipótese remota afirmar que conhecemos
profundamente o público para o qual escrevemos sem antes termos
fatos que a comprovem. O resultado final é que irá refletir se
acertamos ou não.
De uma forma bem simples, para se
escrever um texto sobre uma determinada ideia objetiva (veja que
não é o caso aqui dizer como se escreve poesias ou tratados
filosóficos/científicos) temos que seguir os seguintes passos:
- Desenvolver um esboço da ideia
inicial da mensagem envolvendo sua temporalidade contextual e sua
utilidade;
- Definir um Perfil do público para
qual se deseja comunicar a mensagem;
- Conhecer o meio de comunicação onde
será publicado o texto;
- Definir um título para o texto, o
qual deve necessariamente resumir objetivamente o seu
conteúdo;
- Criar um paragrafo inicial com uma
"chamada de impacto" que leve a um questionamento ou qualquer outro
tipo de reação por parte do leitor, desde que o tire do estado
mental em que se encontra e leve-o a sair da toca dos próprios
pensamentos;
- Desenvolvimento da ideia com
argumentos que levem em consideração tanto o uso da racionalidade
como também toque nos sentimentos do leitor e busque valores
comuns;
- Criar frases que tenham o efeito de
permanecer na memoria do leitor o maior tempo possível;
- Caprichar na conclusão, incluindo ai
a sua opinião, mas deixando margens e caminhos para um dialogo com
o leitor;
- "Ganchos" que levem ao
comprometimento entre o autor e o leitor para próximas ações ou
próximas leituras, dependendo do objetivo que tenhas em mente.
De fato, caso fizermos uma simples
pesquisa na Web, iremos encontrar um número enorme de sites com
dicas de redação, seja para passar em concursos, seja para
executivos de negócios ou até para publicidade, mas a grande
maioria não atenta que a escrita é a parte ativa da comunicação e
não se atem ao fato de que não ha um bom redator se não houver
antes um bom leitor, que é a parte receptiva. Para fazer uma boa
redação devemos ser bons leitores e não existe técnica milagrosa
que substitua a capacidade de analise crítica da realidade e a
capacidade de transmitir algo que seja útil para o leitor. Assim
também o é para fazermos boas apresentações. Veja, por exemplo
-> Como obter sucesso em apresentação de vendas em 10
passos->http://bit.ly/1RWsDXg
Para começar devemos estabelecer a
diferença fundamental entre informação e conhecimento. É provável
que hoje saibamos mais sobre o mundo do que no passado dado que a
disponibilidade de informações na internet cresce de forma
exponencial e vertiginosa. Contudo, é necessário questionar se as
comunicações modernas realmente aumentam o conhecimento sobre o
mundo à nossa volta.
Piaget dizia
que conhecer é construir categorias de pensamento e em sessenta
anos de pesquisa, apoiado em dados empíricos de observação e registro das
centenas de entrevistas conduzidas com crianças, Piaget atravessa as fronteiras
da psicologia e da filosofia reunindo contribuições
da história da matemática,
da física e da própria lógica para demonstrar que cada conceito tem lugar e função específicos.
Piaget também teve um considerável impacto no campo da ciência da computação. Seymour Papert usou o trabalho de
Piaget como fundamentação ao desenvolver a linguagem de
programação Logo.
Piaget nos ensinou que uma pessoa
educada é aquela capaz de ler nas "entrelinhas" e também, dado um
problema, é aquela que sabe estabelecer uma abordagem racional para
sua qualificação e tentativa de solução. Para saber mais veja -
Curso sobre o MASP - Método de Análise e Solução de Problemas‐>http://bit.ly/1M7iqq0
Paulo Freire, brasileiro que desenvolveu um método de
alfabetização utilizado mundialmente e que teve a coragem de pôr em
prática um autêntico trabalho de educação que identifica a
alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o
analfabeto tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e
escrita quanto para a seu pleno exercício de cidadania, acreditava
que o conhecimento serve para compreender o mundo e poder
transformá-lo. Portanto comunicar não é simplesmente reproduzir
informações, mas transmitir alguma forma de conhecimento, que é
informação com sentido prático que pode até apoiar na educação como
um todo.
Por outro lado a comunicação
pressupõe, antes de tudo, o entendimento entre as partes e o
conhecimento não é um pré-requisito tão importante ao entendimento
quanto normalmente se supõe. Não precisamos saber tudo sobre
determinada coisa para que possamos entendê-la. Uma montanha de
fatos pode provocar o efeito contrário, isto é, pode servir de
obstáculo ao entendimento. Atualmente há uma sensação de que temos
acesso a muitos fatos, mas não necessariamente temos entendimento
mais profundo sobre eles. Assim, para uma análise maior sobre este
assunto, veja - Pensando em Voz Alta sobre Conhecimento e
Desinformação->http://bit.ly/2cTsdZi
As causas do baixo índice de
entendimento são muitas, mas é inegável que quase todas as
principais mídias de massa são projetadas para tornar o pensamento
crítico algo desnecessário - embora, é claro, isso seja apenas mera
suposição, cabendo ai a busca de fatos para comprovação desta
hipótese em detalhes. O ato de empacotar ideias e opiniões
intelectuais é uma atividade jornalística e temos algumas das
mentes mais brilhantes que se dedicam a esta tarefa com grande
competência, dado que se observa a maioria das pessoas, seja
através de contatos pessoais, seja através das mídias sociais,
repetindo as notícias que ouviram ou leram sem ao menos pararem
para averiguar a origem, a veracidade, ou terem feito alguma forma
de crítica e reflexão emitindo uma opinião própria e diferenciada.
Talvez porque o empacotamento da
notícia é feito de maneira tão eficiente, tão condensado, através
de discursos retóricos detalhadamente planejados até dados
estatísticos cuidadosamente selecionados, que o objetivo de
facilitar o ato de "formar a opinião" das pessoas com esforço e
dificuldade mínimos é plenamente atingido e o receptor não consegue
formar sua opinião própria. Desta maneira, quando são questionados
sobre determinado assunto, apertam o "play" e a opinião é "tocada"
reproduzindo a noticia sem terem pensado a respeito.
Não pensamos porque não
desenvolvemos a capacidade ler - não necessariamente um livro - mas
ler o Mundo, daí não nos comunicarmos como deveríamos porque não
sabemos "ouvir" o que tudo e todos tem a nos dizer. Rubem Alves
escreveu que antes de fazer um curso de oratória, as pessoas
deveriam fazer um curso de "escutatória". Veja no link a seguir um
excelente vídeo contendo o texto completo e também observe como ele
foi um grande escritor utilizando-se de palavras simples e
profundas-> http://bit.ly/2gH9A7d
Bom, até ai você deve estar se
questionando porque pensei nisto e como fazer para começar a
escrever e se comunicar melhor, mas o fato é que depois que entrei
em contato com o livro Como Ler Livros - Mortimer J. Adler &
Charles Van Doren constatei que não sabia ler de uma forma mais
profunda e sistemática, ou como dizem os autores, não vinha
praticando uma leitura ativa. Lançado originalmente no primeiro
semestre de 1940 manteve-se por mais de um ano na lista dos mais
vendidos nos Estados Unidos e foi traduzido para diversos idiomas,
sendo reeditado com alguns acréscimos em 1967. Recomento esta
leitura como básica para quem deseja conhecer técnicas fundamentais
para aprimoramento das suas comunicações. Veja no link a seguir uma
breve resenha do livro-> Como
Ler Livros - Mortimer J. Adler & Charles Van Doren
Veja também:
Curso de Oratória: A arte de falar bem e fazer apresentações em
público‐>http://bit.ly/1Ed6ZNl
Curso Técnicas de comunicação escrita para executivos‐>http://bit.ly/1EPNNA3
Curso Teatral para Não Atores‐>http://bit.ly/1MKdSsy
Curso Técnicas de Apresentação: Falar para Liderar‐>http://bit.ly/1Hu5B4Y
Laboratório de Escrita Criativa‐>http://bit.ly/1hRs99R
Como Ler Livros - Mortimer J. Adler e Charles Van Doren
Cursos de Filosofia em EAD